sexta-feira, 12 de junho de 2009

l´uomo conduce ma la donna non é una marionetta




Sempre vi no tango algo libertador.

Que falem todos da predominância masculina e a regra da condução das mãos do homem.

Discordo.

No tango, a mulher pode ter todo o controle, se quiser.

Em relação a todas as outras danças de salão, acredito que o tango é a única dança cuja delícia – para a mulher – reside justamente em fugir do domínio masculino, mostrar as brechas e incoerências de sua condução, e submeter-se, quando bem quiser – e somente se quiser – ao seu domínio, quando na verdade, as únicas coisas a se submeter são as regras do jogo: Os oito passo.

No tango uma mulher subserviente não acrescenta ao espetáculo, ao contrário.

No tango, a mulher tem que deixar o cara tonto, passando mal, perdendo o controle. E o mais importante, fazê-lo perceber que não tem controle nenhum, que pode não ser obedecido. As melhores dançarinas sabem que em cada condução masculina existem possibilidades de se fugir dela. Poderia ser dito que elas fogem, estabelecem os limites do seu domínio.

O melhor exemplo que encontrei disso está aqui. Taí o exemplo de uma potencial boss portenha.

* o título do post é o título de um artigo por mim ainda não encontrado da italiana Lidia Ferrari.
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