terça-feira, 19 de janeiro de 2010

parameter

got none. guess it’s over

sábado, 9 de janeiro de 2010

absence

outras presenças. as gentilezas mais cotidianas de outras pessoas, que me olham nos olhos, sorriem, ligam, correm pra me devolver um guarda-chuva esquecido...

eu permaneço bem libriana.
bem lua em libra.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

sleepy

esse meu último post foi exatamente uma semana antes de eu ter me aninhado nos braços dele, depois de uma semana absolutamente deliciosa. jogatina, absolut, samba, sexo, soninho. só tenho na memória imagens aproximadas, trêmulas, borradas pela vodka. meu nariz sobre o pescoço dele. o sorriso largo dele, o sorriso mais lindo do mundo. a textura da barba dele, dos cabelos, da pele. as mãos que eu adoro, a pressão da respiração dele nas costelas. lindo! inteiramente lindo!

que delicia estar aninhadinha nos braços dele. não formigam? não, não formigam, pode por a cabeça... e acordar rindo quando ele ronca. isso mesmo. rindo. quem gosta do ronco de alguém está gostando demais do roncador. do que você está rindo? pára de rir e dorme! e me abraça apertadinho, e segura minhas mãos, e me confunde demais. demais mesmo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

11 de

dezembro.

e se for fácil de descobrir? e se meu estilo de escrita for identificável? são quase seis da manhã e eu ainda não dormi. tive uma semana absolutamente desregrada. trabalhando demais, me divertindo igualmente, sonhando acordada além da conta. faltou tempo para comer e dormir. hoje meu corpo pediu água, e não foi por ressaca. tem uma pessoa que anda tirando meu sono. eu não tenho como evitar. aliás, se pudesse, já teria controlado essa situação há mais de um ano. e sinceramente, não estou nem aí pra “reciprocidades”. o que eu sinto é livre, às vezes meio aflitivo, mas em geral muito leve. gostaria de passar mais tempo com ele, mas acho que ele tem medo de perder o controle. eu queria dilatar os minutos em que ele está próximo de mim. queria me transportar pro quarto dele e vê-lo dormir. amanheceu.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

depois da explosão

Eu não tenho nenhuma pretensão de mudar nada. Tudo que tinha que ser eliminado já foi. Experimentar essa vida nova, toda podada. Ainda que doa, liberta. A brutalidade selecionou o que vai e o que fica, e é com alegria que eu apresento as permanências e o conforto que delas resultam.

Quem permanece provem da síntese da dialética mais dolorida, do confronto verdadeiro entre o que eu não poderia mais suportar e a vida – verdadeira – que eu desejo viver.

Ainda que às vezes eu recaia em nostalgia, estou feliz. Feliz e segura a ponto de manter todas as cartas que não foram enviadas na gaveta e não sentir que a permanência delas me impacte.

O único perigo aqui é perder/esquecer as conexões que me levaram a tomar algumas decisões. O perigo é acabar supervalorizar os efeitos, a história escrita e recair na depressão das impossibilidades da ação.

Pessoalmente, todo meu policiamento será em torno disso. Não existem, nas vozes que escutamos, ecos de vozes que emudeceram?

Calar em mim o que os outros me fizeram emudecer seria o maior erro que eu poderia levar para o futuro.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

l´uomo conduce ma la donna non é una marionetta




Sempre vi no tango algo libertador.

Que falem todos da predominância masculina e a regra da condução das mãos do homem.

Discordo.

No tango, a mulher pode ter todo o controle, se quiser.

Em relação a todas as outras danças de salão, acredito que o tango é a única dança cuja delícia – para a mulher – reside justamente em fugir do domínio masculino, mostrar as brechas e incoerências de sua condução, e submeter-se, quando bem quiser – e somente se quiser – ao seu domínio, quando na verdade, as únicas coisas a se submeter são as regras do jogo: Os oito passo.

No tango uma mulher subserviente não acrescenta ao espetáculo, ao contrário.

No tango, a mulher tem que deixar o cara tonto, passando mal, perdendo o controle. E o mais importante, fazê-lo perceber que não tem controle nenhum, que pode não ser obedecido. As melhores dançarinas sabem que em cada condução masculina existem possibilidades de se fugir dela. Poderia ser dito que elas fogem, estabelecem os limites do seu domínio.

O melhor exemplo que encontrei disso está aqui. Taí o exemplo de uma potencial boss portenha.

* o título do post é o título de um artigo por mim ainda não encontrado da italiana Lidia Ferrari.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

o saca-rolhas


ou (luta de classes e a negação do conflito)



e o que eu quero falar hoje é sobre a tendência que se tem de negar os conflitos, de se buscar a todo tempo a homogeinidade, a harmonia, o equilíbrio entre outras coisas caretas.

mesmo o duvidoso pensador edgar morin considera o erro como algo importante. enfim, a idéia de desvio, já em durkheim, já está no próprio marx a partir do conflito. e qualquer pessoa que tenha o mínimo prazer em pensar sabe como é bom negar certezas…

e esse é o desafio, pensar dialeticamente, um exercício bem dolorido e prazeroso. se a totalidade é contraditória, então serão todas as partes contraditórias. se o capitalismo é contraditório, todas as relações a ele submetidas são contraditórias, inclusive – e talvez sobretudo as relações entre as pessoas.

(há quem veja nisso uma tautologia desonesta. Desonesto são tautologias disfarçadas. Quem quer a derrubada desses meios de produção pensa e age a partir disso. Cada um é/vive/pensa/morre no seu quadrado social, mantendo, conservando ou rasgando o que bem convier para seu bem estar. Conservar também pode ser tautológico.

Ok, conversa ficando chata. E aí tudo é ideologia, tudo é circular, tudo é humano e o universo é uma caixa de espelhos. FIM.

Eis que vem a importância da materialidade – do estomago roncar de fome para nos lembrar que temos problemas mais urgentes. É o que na linguagem cool poderia ser traduzida como class struggle. (em breve fazei camisetas descoladas com esse texto) seja class struggle entre manos e playboys, cdfs e fundão (onde tem classe ai? herdeiros e evadidos, K cultural, bunnies!) ou qualquer outra coisa, whatever.

temos que aprender a apreciar a beleza do conflito, afinal não somos e não seremos – e eu morrerei por isso – um monte de abelhas de corpinho redondo e roupinhas listradas.

mas sobre estética marxista eu falo outro dia.

ah, sobre o saca rolhas: no proximo post eu explico a mística do saca-rolhas para mim, como ele é a objetivação do materialismo histórico.
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