quarta-feira, 11 de março de 2009

uma mente perturbada com a racionalidade instrumental

quanto eu ainda estava na economia, eu resolvi voltar a pé pra casa. era um caminho longo, de quadras compridas, viadutos e morros. era final da tarde e eu vi um homem subindo um poste em cima do viaduto. ele ia tirar uma foto do por do sol. na realidade deveria estar esperando. alguns passos depois entrado o crespúscolo em seu fim, sobre a br, dezenas de carros lentos em fila em alerta. no final do viaduto, uma senhora idosa morimbunda numa maca que ia pra ambulância, enquanto seus filhos choravam no portão. tem coisas que os números não captam, muito menos uma mente que se deixa facilmente convencer por eles. larguei o curso duas semanas depois.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eu queria nadar muito hoje, mas meus glânglios são quase caxumbas. Queria beber com meus amigos hoje, mas meus gânglios não gostam de álcool. Mais um dia em casa esperando a vida passar. Sanei minhas dívidas bancárias, isso já é algo muito bom. Choveu um pouco e qualquer gota que fosse me causava dor e frisson na pele. Comprei o presente de aniversário dele. Eu bem que queria ter cabelo cumprido pra usar chapéu sem parecer meio dyke. Use vestidos, use saias, use acessórios, esteja sempre maquiada! Mas não é todo dia que eu tenho paciência de equilibrar meu cabelo com meu gênero… como se não bastasse umas aparições por aí de bigode…. São muitas opções e muitas coisas pra pensar em como parecer e embora me sobre tempo, pra isso me falta paciência. Me sinto over só com uma flor no cabelo. Acho que vou roubar o chapéu dele.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

terça de carnaval


Acordei de um sonho estranho, de lugares que eu não conhecia, pessoas que eu sequer identificaria. Uma réstia de sol na cara, um dia lindo lá fora e cheiro de feijão de algum vizinho. Terça de carnaval, nada na noite anterior, coca com vodka, coisa caseira: eu podia acordar mais tarde sem culpa. Acordo o Do, começo a cantar Kraftwerk para ele acordar e ele não gosta. O deixo dormir, lavo a louça e sinto vontade de comprar esponjas e detergente melhores. A idéia era fazer bruschetta, mas uma caminhada destinada à Rui Barbosa nos levou ao Crystal e a dois salgados. Nada de almoço digno. Pelo menos eu comprei a melhor esponja de lavar louças do mundo, que estava num bom preço e me rendeu a boa sensação de um “bom negócio por R$2,49“.

O Do foi pra casa dele catalogar os livros e xeroxes para doismilenove. Eu fico aqui. Pensei em ler Anaïs Nin, que me fora emprestada, mas preferi puxar mais dois capitulos de L Word e escutar Interpol, coisa que eu não vazia desde o primeiro ano de faculdade. Me deu sentimentos estranhos, lembrei das pessoas que passaram por mim em dois mil e cinco. Nenhuma delas ficou, tirando o Douglas, que deve ficar pra sempre: é raro no mundo poder ser tão autêntica com qualquer outra pessoa que seja. E fui convidada para este, e concordo. Preciso deixar de perder detalhes e cometer os mesmos erros, isso pode me ajudar. Quero ainda comprar meus remédios de pressão para poder acordar amanha, como uma pessoa normal. Quero por fuel nesse ano.
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