(Nosso amigo aí tava passando mal. Eu que o diga, não suportava mais aquele template! Mudeeeeei!)
To gozando com Lukacs. Minha auto-ajuda do feriado.
Não tem em outra língua onlain. Então transleiteiem. Eu não vou perder tempo racionalizando trechos do MEU prazer (intelectual):
“This tendency in capitalism goes even further. The fetishistic character of economic forms, the reification of all human relations, the constant expansion and extension of the division of labour which subjects the process of production to an abstract, rational analysis, without regard to the human potentialities and abilities of the immediate producers, all these things transform the phenomena of society and with them the way in which they are perceived. In this way arise the ‘isolated’ facts, ‘isolated’ complexes of facts, separate, specialist disciplines (economics, law, etc.) whose very appearance seems to have done much to pave the way for such scientific methods. It thus appears extraordinarily ‘scientific’ to think out the tendencies implicit in the facts themselves and to promote this activity to the status of science”.
Se tu não tivesse virado stalinista, beijo na tua boca, LINDO!
Plus: diversão garantida
E pra quem interessar, da mesma categoria que o ilustríssimo ideólogo de direita, Senhor Alborghetti, Sr Olavo de Carvalho – um cérebro de cabeça de caviar, certamente – , numa cruzada ideológica eletrizante no território da araucárias:
http://www.olavodecarvalho.org/textos/ufprdebate.htm
segunda-feira, 20 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
discurso de formatura
Amigos, sabemos que o sinal está fechado prá nós, jovens. Os revezes são por demasiado conhecidos. Contra todas as expectativas, hoje quero falar, sobretudo, da beleza extravagante do nosso incompreendido curso de graduação.
Se a escolha pelo curso de Ciências Sociais não é nada óbvia, muito menos óbvia é a nossa permanência nele. Por isso, nessa formatura, há especialmente algo de muito honrado. Pais e amigos que acompanharam minimamente nossa trajetória têm condições de saber quantas crises esse curso é capaz de fornecer. E são muitas. São intensas.
Acredito que todos os formandos que estão aqui hoje se permitiram repensar minimamente suas vidas. Ciências Sociais tem uma característica dolorida. Nesse curso somos conduzidos a resolver as contradições que nossas auto-análises criam. Passamos a pensar no sentido das nossas ações. As formas de controle já nos passam a ser tão óbvias de modo que é quase possível sentir a estrutura doendo nos músculos, e o sangue pulsando pelo desejo de ação nas veias.
Essa auto-análise de que falei se dá quando nós repensamos e refletimos sobre nossa história, nossa família, nossos discursos, nossos valores, nossas práticas, nossa luta cotidiana. Nos posicionamos, nos classificamos. Como se já não bastasse a dificuldade de dar conta dessa inúmera quantidade de reflexões subjetivas, nos lançamos no desafio arriscado de passar a produzir conhecimento sobre a sociedade, de refletir, compreender ou explicar fenômenos sociais.
Pais, mestres, amigos, amores: Vocês têm algo de privilegiado por perto. Vocês terão, condensadas nas idiossincrasias pessoais de cada formando, conflitos inconciliáveis e por certo bem enfadonhos, meio insensatos, mas que terão uma beleza encharcada de humanidade.
Algo belo de quem – talvez – numa busca louca por coerência revele-se incoerente, ou numa sensibilidade treinada perceba problemas onde –evidentemente- não deveria haver. Sempre teremos mais perguntas do que respostas. Mais inquietações do que certezas.
Hoje, jovens pesquisadores e educadores em ciências sociais, colamos grau. Com a sociedade como objeto, sofreremos o risco de ao explicitar contradições e desconstruir preconceitos, escovarmos nós mesmos a contrapelo. Somos observadores e objeto. Essa situação de potencial desconforto será perseguida por alguns de nós. Outros se afastarão. Será possível afastar-se dessa condição tanto dentro como fora da cidadela acadêmica, no refúgio de abstrações e métodos ou no refúgio de melhores salários.
De qualquer forma, temos poucas escolhas cabíveis dentro dessa armadilha em que entramos. E que armadilha ler que “homens fazem sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade”! Nós temos vontades, somos mulheres e homens plenos de pulsões. Nossos amigos, amores, mestres e familiares bem o sabem. Conhecem nossas impressões e delírios sobre um futuro incerto e até mesmo improvável. Nós sabemos, no entanto, porque enquanto cientistas sociais, que nem todos continuarão.
Sabemos que as escolhas serão privilégio de poucos, a despeito do grande esforço de muitos. Conhecemos a canção em que a roda-viva carrega a roseira. Já não somos como na chegada. Lutaremos enfim, na medida do possível, pelas essas belas abstrações da livre vontade, da autonomia, da liberdade. Ainda que sob o jugo da história dos vencidos, ambicionaremos abrir nossas histórias.
Se a escolha pelo curso de Ciências Sociais não é nada óbvia, muito menos óbvia é a nossa permanência nele. Por isso, nessa formatura, há especialmente algo de muito honrado. Pais e amigos que acompanharam minimamente nossa trajetória têm condições de saber quantas crises esse curso é capaz de fornecer. E são muitas. São intensas.
Acredito que todos os formandos que estão aqui hoje se permitiram repensar minimamente suas vidas. Ciências Sociais tem uma característica dolorida. Nesse curso somos conduzidos a resolver as contradições que nossas auto-análises criam. Passamos a pensar no sentido das nossas ações. As formas de controle já nos passam a ser tão óbvias de modo que é quase possível sentir a estrutura doendo nos músculos, e o sangue pulsando pelo desejo de ação nas veias.
Essa auto-análise de que falei se dá quando nós repensamos e refletimos sobre nossa história, nossa família, nossos discursos, nossos valores, nossas práticas, nossa luta cotidiana. Nos posicionamos, nos classificamos. Como se já não bastasse a dificuldade de dar conta dessa inúmera quantidade de reflexões subjetivas, nos lançamos no desafio arriscado de passar a produzir conhecimento sobre a sociedade, de refletir, compreender ou explicar fenômenos sociais.
Pais, mestres, amigos, amores: Vocês têm algo de privilegiado por perto. Vocês terão, condensadas nas idiossincrasias pessoais de cada formando, conflitos inconciliáveis e por certo bem enfadonhos, meio insensatos, mas que terão uma beleza encharcada de humanidade.
Algo belo de quem – talvez – numa busca louca por coerência revele-se incoerente, ou numa sensibilidade treinada perceba problemas onde –evidentemente- não deveria haver. Sempre teremos mais perguntas do que respostas. Mais inquietações do que certezas.
Hoje, jovens pesquisadores e educadores em ciências sociais, colamos grau. Com a sociedade como objeto, sofreremos o risco de ao explicitar contradições e desconstruir preconceitos, escovarmos nós mesmos a contrapelo. Somos observadores e objeto. Essa situação de potencial desconforto será perseguida por alguns de nós. Outros se afastarão. Será possível afastar-se dessa condição tanto dentro como fora da cidadela acadêmica, no refúgio de abstrações e métodos ou no refúgio de melhores salários.
De qualquer forma, temos poucas escolhas cabíveis dentro dessa armadilha em que entramos. E que armadilha ler que “homens fazem sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade”! Nós temos vontades, somos mulheres e homens plenos de pulsões. Nossos amigos, amores, mestres e familiares bem o sabem. Conhecem nossas impressões e delírios sobre um futuro incerto e até mesmo improvável. Nós sabemos, no entanto, porque enquanto cientistas sociais, que nem todos continuarão.
Sabemos que as escolhas serão privilégio de poucos, a despeito do grande esforço de muitos. Conhecemos a canção em que a roda-viva carrega a roseira. Já não somos como na chegada. Lutaremos enfim, na medida do possível, pelas essas belas abstrações da livre vontade, da autonomia, da liberdade. Ainda que sob o jugo da história dos vencidos, ambicionaremos abrir nossas histórias.
quarta-feira, 11 de março de 2009
uma mente perturbada com a racionalidade instrumental
quanto eu ainda estava na economia, eu resolvi voltar a pé pra casa. era um caminho longo, de quadras compridas, viadutos e morros. era final da tarde e eu vi um homem subindo um poste em cima do viaduto. ele ia tirar uma foto do por do sol. na realidade deveria estar esperando. alguns passos depois entrado o crespúscolo em seu fim, sobre a br, dezenas de carros lentos em fila em alerta. no final do viaduto, uma senhora idosa morimbunda numa maca que ia pra ambulância, enquanto seus filhos choravam no portão. tem coisas que os números não captam, muito menos uma mente que se deixa facilmente convencer por eles. larguei o curso duas semanas depois.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Eu queria nadar muito hoje, mas meus glânglios são quase caxumbas. Queria beber com meus amigos hoje, mas meus gânglios não gostam de álcool. Mais um dia em casa esperando a vida passar. Sanei minhas dívidas bancárias, isso já é algo muito bom. Choveu um pouco e qualquer gota que fosse me causava dor e frisson na pele. Comprei o presente de aniversário dele. Eu bem que queria ter cabelo cumprido pra usar chapéu sem parecer meio dyke. Use vestidos, use saias, use acessórios, esteja sempre maquiada! Mas não é todo dia que eu tenho paciência de equilibrar meu cabelo com meu gênero… como se não bastasse umas aparições por aí de bigode…. São muitas opções e muitas coisas pra pensar em como parecer e embora me sobre tempo, pra isso me falta paciência. Me sinto over só com uma flor no cabelo. Acho que vou roubar o chapéu dele.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
terça de carnaval
Acordei de um sonho estranho, de lugares que eu não conhecia, pessoas que eu sequer identificaria. Uma réstia de sol na cara, um dia lindo lá fora e cheiro de feijão de algum vizinho. Terça de carnaval, nada na noite anterior, coca com vodka, coisa caseira: eu podia acordar mais tarde sem culpa. Acordo o Do, começo a cantar Kraftwerk para ele acordar e ele não gosta. O deixo dormir, lavo a louça e sinto vontade de comprar esponjas e detergente melhores. A idéia era fazer bruschetta, mas uma caminhada destinada à Rui Barbosa nos levou ao Crystal e a dois salgados. Nada de almoço digno. Pelo menos eu comprei a melhor esponja de lavar louças do mundo, que estava num bom preço e me rendeu a boa sensação de um “bom negócio por R$2,49“.
O Do foi pra casa dele catalogar os livros e xeroxes para doismilenove. Eu fico aqui. Pensei em ler Anaïs Nin, que me fora emprestada, mas preferi puxar mais dois capitulos de L Word e escutar Interpol, coisa que eu não vazia desde o primeiro ano de faculdade. Me deu sentimentos estranhos, lembrei das pessoas que passaram por mim em dois mil e cinco. Nenhuma delas ficou, tirando o Douglas, que deve ficar pra sempre: é raro no mundo poder ser tão autêntica com qualquer outra pessoa que seja. E fui convidada para este, e concordo. Preciso deixar de perder detalhes e cometer os mesmos erros, isso pode me ajudar. Quero ainda comprar meus remédios de pressão para poder acordar amanha, como uma pessoa normal. Quero por fuel nesse ano.
Assinar:
Postagens (Atom)