sexta-feira, 5 de março de 2010

le plus beau du quartier

Descobri uma série da Warner, The Mentalist.
E descobri no mesmo dia que uma outra série, Lie to Me.

O que as duas têm de comum, além de poderosos homens incapazes de serem presenteados com a mentira? Resolução de crimes baseados em um psicologismo barato, daqueles que irritam qualquer um que é minimamente averso a manuais de auto-ajuda.

Enquanto Lie to Me apresenta um protagonista irritante cuja arrogância jamais será carismática como a do House, lá pelo episódio 5 da primeira temporada The Mentalist dá um salto qualitativo impressionante. A direção se acerta, os personagens começam a fazer sentido e se tornar interessantes. O estilo auto-ajuda é substituído por uma aposta muito bem sucedida em uma releitura do Sherlock Holmes. E é aí que a coisa começa a ficar boa.

Patrick Jane é um viúvo ex-charlatão vidente, que passa a trabalhar como consultor da do Centro de Investigação Criminal da Califórnia. Exatamente, Califórnia, e no verão que não impede que ele se mantenha impecavelmente trajado com suas calças e camisas em tonalidades de azul e... colete.

Sim. Camisa, calça, colete e paletó. Terno! Importante: sem gravata. Caimento e cores impecáveis e neutras. Eu queria beijar @ figurinist@. Há muito tempo eu não via algo tão masculino e viril usado com tanta propriedade no personagem certo. É claro que temos umas influências vitorianas aí.

Só que esse novo Holmes, embora semelhantemente instrospectivo, é o maior sedutor que eu já vi. Charlatão, vidente, introspectivo, sedutor, excelente jogador de pôker e exímio trapaceiro. Mas nele não existe um traço sequer de egoísmo. Ganha fortunas e compra presentes caríssimos e distribui malas de dinheiro. Não compra nada para si mesmo. E sempre com com o segundo sorriso mais lindo do mundo. Não, terceiro (Um dia faço esse ranking). Eu percebi que até o sorriso dele é generoso. E até os inimigos gostam dele. Ele provoca quem julga culpado com um atrevimento típico de quem nunca tem nada a perder. E apanha por merecer, sempre. Fisicamente ou não.

Não pra menos, é o homem que melhor se encaixa em ser o plus beau du quartier - categoria em que os ingênuos enxergam Sarkozy: Je suis le roi du désirable... Et je suis l'indéshabillable! Hmmm hmm hmmm

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