terça-feira, 2 de março de 2010

sobre perder uma amiga

situação 1.

existem várias formas de perder pessoas. a que sempre está na minha cabeça é - continuando o clima do post penúltimo - a morte. desde criança eu tenho a impressão de que posso perder pessoas queridas a qualquer momento. disse um terapeuta uma vez que eu tenho um complexo de rejeição muito grande, que começou quando meus pais me esqueceram até as 10 da noite na escolinha - e eu e até a diretora achou que eles tinham morrido. ainda que eu tenha plena consciência disso, outras duas situações bem pontuais me deixaram alerta sobre a importância de manter as intenções e os sentimentos claros pras pessoas que amamos. acidentes acontecem. vide waiting to die - zero 7.

situação 2.

existem pessoas que independentemente de quão perto ou longe, serão absolutamente as mesmas conosco. é o sentimento de que a relação de confiança e amor permanece. pode ter sua origem na infância ou dois dias atrás. esse sentimento de eternidade, tão típico aos apaixonados, sempre dá as caras quando encontramos alguém que é profundamente amigo. e sobre essa situação a morte não tem poder algum. (por isso meu esforço absurdo em manter minhas relações nessa faixa, ainda que possa doer)

situação 3.

entre o nascimento dos sentimentos mais puros e a morte, um milhão de coisas acontece.
em especial, o perigo de haver passado o sentimento de eternidade. é quando os tempos, de repente, não são mais os mesmos. e quando os tempos e os corpos convergem, as almas já estão separadas. fica bem claro quando uma palavra mal-dita - ou um punhado delas - é irresponsavelmente mantida para sempre, como a última. e quando não existe nenhum esforço de reparo.

síntese.
que última coisa foi dita e como ela expressa o que eu ainda sinto?
e como eu já tenho tudo resolvido nos meus testamentos sentimentais...
quando eu morrer...

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